quinta-feira, 21 de maio de 2009

As primeiras chuvas

As primeiras chuvas…o aroma da terra molhada…um vento que brinca com as folhas…uma flor que abre as suas primeiras pétalas, num ciclo de renascimento resplandecente que a mãe natureza nos oferece todos os dias. Vivemos tão mergulhados na vida que levamos que sem dar-mos por isso, as pequenas maravilhas da vida nos passam despercebidas. Deixamos de sonhar, quando um arco-íris aparece no céu. Deixamos de sentir a chuva a cair na pele, deixamos de voltar a cara para o céu, deixando que aquelas minúsculas gotas nos acariciem a face. Como estes, muitas mais momentos nos passam ao lado e já digo ao lado porque nem damos conta deles. Temos demasiadas preocupações, receios e ansiedades que nos atiram para uma espécie de sub-mundo. O sonho, a fonte de energia sublime perde-se e com ele somos apenas seres humanos que se limitam a sobreviver. Deixamos que existir como seres puros e sublimes que respiram as cores da primavera, saboreiam uma lareira acesa em pleno Inverno, abraçam os primeiros raios do sol pela manhã fresca, vibram com a amor e sentem a amizade.
Porque nos fechamos e nos consumimos limitando-nos a sobreviver…onde estarão os guerreiros e guerreiras de outrora que enfrentavam o mundo sem medo, que se batiam por sentimentos e lutavam por sonhos. Onde se esconderam os verdadeiros tesouros da vida, o sorriso, o olhar inocente, a palavra meiga, o calor de um abraço? Algures…e por vezes mais perto do que imaginamos. Estamos tão cegos que perdemos a capacidade de sentir e quando voltamos a sentir, fugimos…porque não acreditamos…mas de longe espreitamos desconfiados…e sem darmos por isso, uma força vinda da profundeza do nosso ser nasce novamente. Numa ansiedade crescente, voltamos a dançar para a melodia da vida…porque a vida é amor e o ser humano sem amor, perde-se no tempo da solidão perturbante.
Deixem que a vida vos abrace, não pensem no amanhã, sintam o presente. Não fujam dos sentimentos e saboreiem a doçura dos mesmos. Deixem que as lágrimas de alegria corram pelas vossas faces, porque uma alma feliz é a luz do caminho de tantos que se perderam. Abram os olhos…deixem novamente correr nas vossas veias a emoção dos sentimentos…porque o presente existe!!!!

(Novembro 2008)

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